Introdução: por que a reforma tributária muda o jogo para quem empreende
Objetivos da Reforma Tributária: Durante décadas, o Brasil conviveu com um sistema de tributos complexo, pouco transparente e repleto de sobreposições, que elevou o custo de conformidade e desestimulou investimentos. A Reforma Tributária nasce para atacar exatamente esses gargalos: estimular o crescimento econômico, tornar a cobrança mais justa e simplificar a vida do contribuinte com regras claras e integradas. Para quem é empreendedor, entender agora o que muda é a diferença entre ganhar competitividade ou perder margem com erros de enquadramento.

Os 3 grandes objetivos da Reforma Tributária (e o que eles significam no dia a dia)
1) Crescimento econômico sustentável (produtividade acima da burocracia)
A meta é reduzir as distorções que encarecem produzir e vender no Brasil — cumulatividade, guerra fiscal, disputas interestaduais e litígios intermináveis. Com menos custo invisível, mais empresas investem, geram renda e empregos, e a economia ganha previsibilidade. Na prática, isso se traduz em um ambiente onde decidir investir é mais simples, mensurável e seguro.
2) Justiça tributária (tributação no destino + cashback social)
O novo desenho busca tributar no destino, isto é, onde o consumo acontece, reduzindo a concentração em estados de origem e distribuindo melhor a arrecadação. Soma-se a isso o cashback tributário para famílias de baixa renda, que devolve parte do imposto e torna o sistema menos regressivo. Resultado: equidade regional e social com regras mais coerentes para quem vende para o Brasil inteiro.
3) Simplificação e transparência (menos tempo com papelada, mais tempo com o cliente)
O propósito é baixar drasticamente o custo de compliance: menos obrigações sobrepostas, alíquotas claras, nota e escrituração padronizadas e visão real do imposto na ponta. Para o empreendedor, isso significa gastar menos energia com a lei e mais com a operação, sem surpresas de última hora.
No novo vídeo do canal Os Três Contadores, o contador Samuel Lira explica de forma clara e direta quais são os 3 grandes objetivos da Reforma Tributária e como eles impactam empreendedores e empresas de todos os tamanhos:
O que muda na prática: do “labirinto fiscal” à trilha sinalizada
- Unificação e padronização: substituição gradual de tributos sobre consumo por impostos mais simples e integrados, com regras únicas entre estados e municípios.
- Transparência no preço: imposto destacado e previsível, reduzindo o efeito cascata e permitindo precificação mais precisa.
- Menos litígio, mais escala: com menos “zonas cinzentas”, cai o contencioso e sobra caixa para crescer.
Como a reforma impacta diferentes perfis de negócio
Comércio
- Preço final mais claro e cadeia menos cumulativa.
- Vantagem para quem automatiza emissão e conciliação: menos retrabalho = margem maior.
Serviços
- Simplificação de obrigações e regra igual em todo o país, reduzindo riscos de autuação por diferenças de interpretação municipal.
- Importante revisar precificação e contratos de longo prazo.
Indústria
- Menos cumulatividade na cadeia e melhor aproveitamento de créditos.
- Forte impacto em competitividade e planejamento de CAPEX.
Economia digital (plataformas, criadores, afiliados)
- Integração e rastreabilidade total das transações; emissão correta e documentação serão diferenciais essenciais.
- Quem formaliza e padroniza processos captura mais lucro líquido.
O que sua empresa precisa fazer agora (checklist objetivo)
- Mapear operações e CNAEs: onde incidem tributos hoje, onde haverá mudança de regra e qual o risco operacional.
- Revisar precificação: destaque e repasse de imposto, simulações de sensitividade por canal/região.
- Padronizar documentos: NFe/NFSe com informações consistentes, CFOP/CST corretos, integrações ERP/contabilidade.
- Implantar conciliações automáticas (cartões, PIX, gateways) para bater receita x documento x repasse.
- Revisitar contratos com cláusulas de reajuste e alocação de impostos.
- Treinar times (fiscal, vendas, financeiro) para a nova linguagem tributária e rotinas.
- Planejar regime (e transição) com simulações: Simples, Presumido, Real — qual rende maior lucro líquido no seu caso.
Dica AEXO: a transição não é só fiscal; é financeira, comercial e de sistemas. A combinação correta aumenta margem e evita contingências.
Erros que mais custam caro na transição (e como evitá-los)
- Adiar o mapeamento (“quando chegar, eu vejo”) → perda de margem e risco de autuação.
- Misturar PF e PJ em recebimentos → alerta automático nos cruzamentos da Receita.
- Não padronizar cadastros (produto, NCM, serviço) → créditos negados e documentos rejeitados.
- Não revisar contratos → travas para repasse e erosão de preço.
- Ignorar automação → custo de compliance segue alto e consome a equipe.
Perguntas de alto impacto que você deve responder já! | Objetivos da Reforma Tributária
- Como fica o preço final do meu produto/serviço com imposto destacado?
- O meu ERP conversa com a contabilidade e com as prefeituras/estados sem remendo manual?
- Quais CNAEs continuam fazendo sentido? Há oportunidade de reestruturação societária?
- Em quais casos minha empresa recuperará mais crédito e pagará menos com a nova lógica?
O que é o IVA Dual?
O IVA Dual (Imposto sobre Valor Agregado Dual) é o novo modelo tributário adotado pela Reforma Tributária brasileira que substitui a multiplicidade de tributos sobre o consumo por dois impostos de estrutura semelhante, mas com administrações distintas: um federal (CBS) e outro estadual/municipal (IBS).
O conceito de “dual” significa justamente essa divisão entre os entes federativos, preservando autonomia, mas garantindo uniformidade de base de cálculo, alíquotas transparentes e regras comuns de apuração e crédito.
Na prática, o IVA Dual busca simplificar a tributação sobre bens e serviços, reduzir a cumulatividade (efeito cascata), aumentar a competitividade das empresas brasileiras e tornar o sistema mais justo e previsível. Além disso, a cobrança será no destino, ou seja, onde o consumo ocorre — princípio que estimula o equilíbrio regional e a justiça fiscal.
O que é o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços)?
O IBS será o imposto de competência dos estados e municípios, unificando ICMS (estadual) e ISS (municipal) em uma só cobrança.
Seu objetivo é simplificar a arrecadação, evitar guerra fiscal e garantir que cada ente receba sua parte de forma proporcional ao consumo em seu território.
O IBS terá alíquota uniforme em todo o país, com gestão compartilhada e um Conselho Federativo responsável pela regulamentação, fiscalização e distribuição da receita.
Para o contribuinte, isso significa menos burocracia, declarações unificadas e mais transparência na formação do preço. Além disso, o IBS permitirá o crédito integral, eliminando a cumulatividade e evitando bitributação ao longo da cadeia produtiva.
O que é a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)?
A CBS será o imposto de competência federal, substituindo PIS e COFINS.
Sua base de cálculo será ampla, abrangendo bens e serviços, inclusive operações digitais e importações, o que reflete a modernização da economia.
Assim como o IBS, a CBS também adota o modelo não cumulativo, permitindo que o contribuinte compense créditos de etapas anteriores e pague apenas sobre o valor agregado real.
A grande vantagem da CBS é a simplificação contábil e fiscal: uma única guia de recolhimento, menos obrigações acessórias e maior clareza sobre o custo tributário efetivo.
Empresas que se adaptarem cedo terão vantagem competitiva, pois reduzirão tempo gasto com conformidade e melhorarão a previsibilidade de caixa.
Como ficará o Simples Nacional na Reforma Tributária?
O Simples Nacional será mantido após a Reforma Tributária, preservando seu modelo unificado e simplificado para micro e pequenas empresas, mas com ajustes importantes para integração ao novo sistema de impostos sobre consumo — o IVA Dual (IBS e CBS). As empresas optantes continuarão recolhendo tributos em guia única, mas parte do valor referente ao consumo será separada e direcionada automaticamente aos novos tributos, garantindo compatibilidade com o modelo nacional. Além disso, o Simples poderá oferecer créditos de IBS e CBS às empresas que comprarem de optantes, evitando perdas na cadeia de valor e estimulando negócios com pequenos empreendedores. Na prática, o regime se tornará mais transparente, digital e integrado, mantendo seus benefícios fiscais, mas exigindo maior organização contábil e emissão correta de notas fiscais para acompanhar a nova era da tributação brasileira.
O Simples Nacional por dentro (IBS e CBS dentro do DAS)
No modelo do Simples Nacional por dentro, o IBS e a CBS — os novos tributos criados pela Reforma Tributária — estarão embutidos dentro do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Isso significa que o empresário continuará recolhendo tudo em uma única guia, como já ocorre atualmente. O governo fará apenas uma repartição automática interna desse pagamento, destinando a parte correspondente aos novos impostos para os cofres da União, Estados e Municípios.
Na prática, o sistema se mantém simples e centralizado, preservando a facilidade de apuração e recolhimento, sem necessidade de emitir notas fiscais com destaque dos novos tributos. Esse formato será ideal para empresas que vendem diretamente ao consumidor final (B2C), pois simplifica o processo e mantém a carga tributária previsível. O desafio estará em garantir que os sistemas de gestão e contabilidade estejam atualizados para refletir corretamente a distribuição interna do DAS, especialmente diante do Split Payment, que direcionará automaticamente a parcela do imposto para o governo.
O Simples Nacional Híbrido (IBS e CBS por fora do DAS)
Já no modelo Simples Nacional Híbrido, o contribuinte continuará no regime do Simples, mas com uma diferença importante: os novos impostos IBS e CBS serão destacados por fora do DAS e recolhidos separadamente. Ou seja, a empresa pagará o DAS normalmente (englobando tributos como IRPJ, CSLL e CPP), porém emitirá nota fiscal com destaque para o IBS e CBS, que terão guias próprias de recolhimento.
Esse modelo será voltado principalmente para empresas que vendem para outras empresas (B2B), já que os clientes precisarão do crédito de IBS e CBS para abater em suas apurações. Assim, quem permanecer apenas com o Simples “por dentro” pode perder competitividade, pois seus clientes não conseguirão aproveitar os créditos tributários.
O Simples Híbrido exigirá uma gestão fiscal mais robusta, com atenção à emissão de notas fiscais eletrônicas, split payment e integração de sistemas contábeis, mas também trará oportunidades para empresas que buscam crescer e se posicionar estrategicamente no novo cenário tributário brasileiro.
O que é o DREX? — O Real Digital
O DREX, conhecido como o Real Digital, é a moeda digital oficial do Brasil, criada e gerida pelo Banco Central. Diferente das criptomoedas descentralizadas, o DREX é uma moeda soberana, com lastro no Real e emissão controlada pelo governo, funcionando como uma extensão da moeda física em ambiente digital. Seu principal objetivo é modernizar o sistema financeiro, facilitando pagamentos instantâneos, contratos inteligentes e transações seguras entre empresas e cidadãos.
O DREX fará parte da infraestrutura de tokenização da economia brasileira, permitindo, por exemplo, a compra e venda de ativos digitais, financiamento automatizado e integração com o Pix e o open finance. Com ele, espera-se uma redução de custos operacionais, mais transparência nas operações e maior inclusão financeira, beneficiando desde grandes instituições até microempreendedores e consumidores comuns.
O que é o Split Payment? — Pagamento Fracionado
O Split Payment (ou pagamento dividido) é um dos mecanismos centrais da Reforma Tributária e do novo modelo de arrecadação do IVA Dual (IBS e CBS). Na prática, ele faz com que, no momento da compra, o valor do imposto seja automaticamente separado e transferido diretamente para o governo, sem passar pela conta do vendedor.
Esse sistema busca eliminar a sonegação, garantir maior eficiência fiscal e assegurar que o tributo seja recolhido na origem da operação. Para as empresas, isso representa maior transparência e segurança jurídica, pois o imposto será pago automaticamente no ato da transação — reduzindo o risco de erros contábeis e atrasos.
Contudo, o Split Payment também exigirá adaptações tecnológicas e contábeis, já que os sistemas de gestão precisarão estar integrados com as plataformas de pagamento e com os órgãos arrecadatórios. Esse novo modelo faz parte da modernização tributária que visa tornar o Brasil mais competitivo e digitalmente integrado à economia global .
Planejamento tributário: a vantagem competitiva dos próximos anos
A reforma nivelará o jogo, mas quem planejar primeiro sai na frente. Simular cenários por regime, canal, região, ticket e mix é o caminho para preservar margem, ganhar escala e evitar litígios. É aqui que a AEXO Contabilidade apoia sua empresa de ponta a ponta: diagnóstico, simulações, compliance e tecnologia integrados em um único plano.
FAQ – Perguntas frequentes! | Objetivos da Reforma Tributária
Quais são os 3 objetivos centrais da Reforma Tributária?
Crescimento econômico sustentável, justiça tributária (tributação no destino + cashback) e simplificação/transparência para o contribuinte.
Como a tributação “no destino” me afeta?
Você venderá com regra única para todo o país, reduzindo disputas e melhorando previsibilidade de preço e margem.
A reforma vai reduzir meu imposto?
Depende do setor, cadeia e regime. A grande vantagem é menos cumulatividade e menor custo de compliance; a carga efetiva depende do seu mix e operações.
O que devo fazer agora?
Mapear operações, padronizar documentos, revisar precificação e simular regimes com suporte contábil especializado.
Vale a pena antecipar automações?
Sim. Empresas que automatizam emissão, conciliação e apurações entram no novo modelo com custo menor e risco menor.
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Conclusão: prepare-se hoje para lucrar mais amanhã
A Reforma Tributária não é só uma troca de siglas: é a chance de enxugar custos, reduzir riscos e ganhar previsibilidade. Quem se antecipa, cresce com lucro. Quem posterga, perde margem e corre risco fiscal. Faça do período de transição o momento de melhorar processos e resultados.
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Objetivos da Reforma Tributária
Escrito por: 
Andrius Dourado
Fundador e sócio da AEXO Contabilidade Digital, com mais de 15 anos de experiência em empresas. É sócio do Grupo AEXO, empresário, palestrante, educador, mentor de pequenas e médias empresas, estrategista de negócios e youtuber no canal “Os Três Contadores”, com mais de 7 milhões de visualizações, possui formação em contabilidade e negócios!
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